Reconhecimento de grandezas variáveis por professores dos Anos Iniciais: Um olhar pela teoria da objetivação
DOI:
https://doi.org/10.54541/reviem.v3i3.72Palavras-chave:
Teoria da objetivação, Ensino de álgebra, Formação continuada de professoresResumo
A teoria da objetivação emerge como uma possibilidade para compreender o processo de ensino-aprendizagem da matemática, considerando os sujeitos em constante formação e transformação por meio da relação com o outro e com o conhecimento. Neste texto, destaca-se o conhecimento matemático, em especial a álgebra e seu ensino, buscando os indícios do processo de objetivação do reconhecimento de grandezas variáveis por professores dos Anos Iniciais em uma formação online. A constituição dos dados ocorreu com a realização de um curso de formação continuada com professores que ensinam matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, que foi composto por tarefas síncronas e assíncronas nos meses de maio e junho de 2021. Os encontros foram gravados em áudio e vídeo e posteriormente transcritos. Neste artigo, será apresentada uma das tarefas realizadas, que abordou nexos conceituais relativos à compreensão matemática de função. Na realização da tarefa, foi possível identificar indícios do processo de objetivação dos professores relacionados ao reconhecimento das grandezas variáveis, por meio de hesitações sonoras, momentos de tensão e diálogo entre o pesquisador e os participantes, além de outras manifestações singulares de objetivação.
Downloads
Métricas
Referências
Blanton, M. L., & Kaput, J. J. (2005). Characterizing a classroom practice that promotes algebraic reasoning. Journal for Research in Mathematics Education, 36(5), 412-443.
Caraça, B. (1951). Conceitos fundamentais da matemática. Tipografia Matemática.
Dias, M. S. L., & Pereira, A. C. (2019). A constituição do sujeito: Contribuições de Vygotski. Em M. S. L. Dias (Ed.), Introdução às leituras de Lev Vygotski: Debates e atualidades na pesquisa (pp. 153-172). Fi.
Ferreira, M. C. N., Ribeiro, M., & Ribeiro, A. J. (2017). Conhecimento matemático para ensinar álgebra nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Zetetiké, 25(3), 496-514. https://doi.org/10.20396/zet.v25i3.8648585
Góes, M. C. R. (1997). As relações intersubjetivas na construção de conhecimentos. Em M. C. R. Góes, & A. L. B. Smolka (Eds.), A significação nos espaços educacionais: Interação social e subjetivação (pp. 11-45). Papirus.
Gomes, L. P. S. (2020). Introdução à álgebra nos anos iniciais do ensino fundamental: Uma análise a partir da teoria da objetivação [tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Norte]. Repositório Institucional da UFRN. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/29327
Gomes, S. C. (2016). Teorias de aprendizagem em matemática: Um estudo comparativo à luz da Teoria da Objetificação [tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Norte]. Repositório Institucional da UFRN. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/21949
Hegel, G. W. F. (2004). A razão na História: Uma introdução geral à Filosofia da História (B. Sidou, trad.). Centauro.
Kaput, J., Blanton, M., & Moreno, L. (2008). Algebra from a symbolization point of view. Em J. Kaput, D. W. Carraher, & M. L. Blanton (Eds.), Algebra in the early grades (pp. 19-55). Lawrence Erlbaum Associates. https://doi.org/10.4324/9781315097435-3
Leontiev, A. (1978). O desenvolvimento do psiquismo. Livros Horizonte.
Luna, A. V. A., & Souza, C. C. C. F. (2013). Discussões sobre o ensino de álgebra nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Educação Matemática Pesquisa, 15(4), 817-835.
Marx, K. (1996). O Capital (vol. 1, tomo 1, R. Barbosa & F. R. Kothe, trad.). Nova Cultural.
Marx, K., & Engels, F. (1977). A ideologia alemã. Grijalbo.
Ministério da Educação [MEC]. (1997). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. MEC.
Ministério da Educação [MEC]. (2017). Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental. MEC.
Minosso, A., Panossian, M. L., & Lambach, M. (2021). Teoria da objetivação: Compreendendo o conceito de atividade. Em E. R. Navarro, & M. C. Sousa (Eds.), Educação matemática em pesquisa: Perspectivas e tendências (pp. 718-733). Científica Digital. https://doi.org/10.37885/210102685
Molon, S. I. (2011). Notas sobre constituição do sujeito, subjetividade e linguagem. Psicologia em Estudo, 16, 613-622. https://doi.org/10.1590/S1413-73722011000400012
Molon, S. I. (2019). Subjetividade e constituição do sujeito em Vygotsky. Vozes.
Moura, M. O., Lopes, A. R. L. V., Araújo, E. S., & Cedro, W. L. (2019). Educação Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: Princípios e práticas da organização do ensino. Câmara Brasileira do Livro.
Munhoz, A. P. G., Moura, M. O., Sousa, M. C., Guillen, J. D., & Tedeschi, W. (2018, 03-06 de setembro). O movimento lógico-histórico na formação de professores e nas práticas de sala de aula [painel]. XIX Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, Salvador, Bahia, Brasil.
Panossian, M. L. (2008). Manifestações do pensamento e da linguagem algébrica dos estudantes: Indicadores para a organização do ensino [dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo]. Biblioteca Digital da USP. https://doi.org/10.11606/D.48.2008.tde-23012009-143154
Panossian, M. L. (2014). O movimento histórico e lógico dos conceitos algébricos como princípio para constituição do objeto de ensino da álgebra [tese de doutorado, Universidade de São Paulo]. Biblioteca Digital da USP. https://doi.org/10.11606/T.48.2014.tde-14052014-153038
Panossian, M. L. (2021). A relevância do conhecimento algébrico nos Anos Iniciais: Compreensões a partir do movimento histórico e lógico. Em V. D. Moretti, & L. Radford (Eds.), Pensamento algébrico nos Anos Iniciais: Diálogos e complementaridades entre a Teoria da Objetivação e a Teoria Histórico-Cultural (pp. 269-290). Livraria da Física.
Panossian, M. L., Moretti, V. D., & Souza, F. D. (2017). Relações entre o movimento histórico e lógico de um conceito, desenvolvimento do pensamento teórico e conteúdo escolar. Em M. O. Moura (Ed.), Educação escolar e pesquisa na teoria histórico-cultural (pp. 125-152). Edições Loyola.
Pedroso, A. P. (2017). Materiais concretos, História e ensino da Matemática: Interseções significativas para a prática pedagógica [tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp. https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2017.989618
Radford, L. (2006). Elementos de una teoría cultural de la objetivación. Revista Latinoamericana de Investigación en Matemática Educativa, 9(número especial), 103-129.
Radford, L. (2011). Cognição matemática: História, antropologia e epistemologia. Livraria da Física.
Radford, L. (2013). Three key concepts of the theory of objectification: Knowledge, knowing, and learning. REDIMAT - Journal of Research in Mathematics Education, 2(1), 7-44.
Radford, L. (2014) De la teoría de la objetivación. Revista Latinoamericana de Etnomatemática, 7(2), 132-150.
Radford, L. (2015). Methodological aspects of the theory of objectification. Perspectivas da Educação Matemática, 8(18), 547-567.
Radford, L. (2017a). A teoria da objetivação e seu lugar na pesquisa sociocultural em educação matemática. Em V. D. Moretti, & W. L. Cedro (Eds.), Educação Matemática e a teoria histórico-cultural: Um olhar sobre as pesquisas (pp. 229-261). Mercado de Letras.
Radford, L. (2017b). Saber y conocimiento desde la perspectiva de la Teoría de la Objetivación. Em Bruno D’ Amore, & L. Radford (Eds.), Enseñanza y aprendizaje de las matemáticas: Problemas semióticos, epistemológicos y prácticos (pp. 97-114). Universidad Distrital Francisco José de Caldas.
Radford, L. (2017c). Ser, subjetividad y alienación. Em Bruno D’ Amore, & L. Radford (Eds.), Enseñanza y aprendizaje de las matemáticas: Problemas semióticos, epistemológicos y prácticos (pp. 137-165). Universidad Distrital Francisco José de Caldas.
Radford, L. (2019). On the epistemology of the theory of objectification. Em U. T. Jankvist, M. Van den Heuvel-Panhuizen, & M. Veldhuis (Eds.), Proceedings of the Eleventh Congress of the European Society for Research in Mathematics Education (pp. 3062-3069). Freudenthal Group & Freudenthal Institute, Utrecht University and ERME.
Rosental, M. M., & Straks, G. M. (1960). Categorías del materialismo dialéctico. Grijalbo.
Sousa, M. C. (2004). O ensino de álgebra numa perspectiva lógico-histórica: Um estudo das elaborações correlatas de professores do ensino fundamental [tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp. https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2004.310000
Sousa, M. C. (2018). O movimento lógico-histórico enquanto perspectiva didática para o ensino de matemática. Obutchénie - Revista de Didática e Psicologia Pedagógica, 2(1), 40-68. https://doi.org/10.14393/OBv2n1a2018-3
Sousa, M. C., Panossian, M. L., & Cedro, W. L. (2014). Do movimento lógico e histórico à organização do ensino o percurso dos conceitos algébricos. Mercado de Letras.
Vigotski, L. S. (2010a). A formação social da mente. Martins Fontes.
Vigotski, L. S. (2010b). Pensamento e linguagem. Martins Fontes.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Anderson Minosso, Maria Lucia Panossian
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores/as que publiquem nesta revista aceitam as seguintes condições:
- Os autores/as conservam os direitos de autor e cedem à revista o direito da primeira publicação, com o artigo registrado sob uma licença de atribuição de Creative Commons 4.0, que permite a terceiros utilizarem o publicado desde que mencionem a autoria do artigo e a primeira publicação nesta revista.
- Os autores/as podem entrar em outros acordos contratuais independentes e adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do artigo publicado nesta revista (por exemplo, inseri-lo em um repositório institucional ou publicá-lo em um livro), desde que indiquem claramente que o texto foi publicado pela primeira vez nesta revista.
- Permite-se e recomenda-se aos autores/as compartilharem seu artigo online (por exemplo, em repositórios institucionais ou sites web pessoais) antes e durante o processo de submissão do artigo, haja vista que isto pode conduzir a trocas produtivas, a uma maior e mais rápida citação do artigo publicado.