Pesquisa em Educação (Matemática): formas de pensar as matemáticaS focalizando práticas socioculturais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.54541/reviem.v2i2.43

Palavras-chave:

Etnomatemática, Insdisciplinariedade, Contraconduta, Práticas sociais, Decolonialidade

Resumo

Este artigo apresenta trabalhos que vêm sendo desenvolvidos há 14 anos pelo grupo de pesquisa interinstitucional "Educação, Linguagem e Práticas Socioculturais - Phala". Essas produções são resultado de pesquisas que buscam a articulação entre esses campos sob diversas lentes teóricas. Como uma base precursora dos estudos voltados para as questões socioculturais no interior da Educação Matemática, a Etnomatemática provocou um deslocamento sobre as formas de se pensar os saberes matemáticoS. Como efeito desses movimentos, por nós entendidos como contracondutas no sentido foucaultiano, a Etnomatemática possibilitou a emergência de diferentes olhares em torno das formas de pensar e fazer matemática. Abordamos alguns dos efeitos dessas pesquisas, tanto na perspectiva pedagógica como na forma e prática de se pensar e elaborar a pesquisa acadêmica, em especial aquelas inspiradas na proposta filosófica da terapia wittgensteiniana, na desconstrução derridiana e na arqueogenealogia foucaultiana, bem como nos estudos que adotam uma postura decolonial frente aos saberes. Nesses estudos identificamos dois aspectos: um primeiro referente a um olhar de unicidade da matemática, o qual é fortemente questionado por esse grupo que assumiu o uso de matemáticaS, no plural. E, segundo, identificamos rastros transgressores e decoloniais que emergem ao se praticar a pesquisa com estas apostas teórico-metodológicas.

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Biografia do Autor

Jackeline Rodrigues Mendes, Universidade Estadual de Campinas

Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Brasil). Professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas e líder do grupo de pesquisa “Phala: Educação, Linguagem e Práticas Educativas” da mesma universidade. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8607-4761 E-mail: [email protected]

Alexandrina Monteiro, Universidade Estadual de Campinas

Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Brasil). Professora da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação. Campinas- São Paulo – Brasil. Integrante do grupo de pesquisa Phala. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5803-1358. E-mail: [email protected]

Carolina Tamayo, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Brasil). Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil) e integrante do grupo de pesquisa interinstitucional inSURgir da mesma universidade. Integrante do grupo de pesquisa Phala. Coordenadora para América do Sul da Red Internacional de Etnomatemática. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8478-7845 E-mail: [email protected]

Antonio Miguel, Universidade Estadual de Campinas

Licenciado em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), mestre, doutor e livre-docente em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), docente junto ao Departamento de Ensino e Práticas Culturais da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É vice-líder do grupo de pesquisa Phala. ORCID: http://orcid.org/0000-0001-7156-8291  E-mail: [email protected]

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Publicado

2022-06-01

Como Citar

Mendes, J. R., Monteiro, A., Tamayo, C., & Miguel, A. (2022). Pesquisa em Educação (Matemática): formas de pensar as matemáticaS focalizando práticas socioculturais. Revista Venezolana De Investigación En Educación Matemática, 2(2), e202205. https://doi.org/10.54541/reviem.v2i2.43